Brincadeiras infantis, como o jogo do anel, a cabra-cega ou a dança das cadeiras, são metáforas utilizadas por John Maynard Keynes (1982, p.129), em sua obra A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936, para ilustrar a falta de validade real a longo prazo (ou de seriedade) da base convencional de avaliação de ativos por investidores profissionais em meio a decisões tomadas, por exemplo, nas bolsas de valores: “Esta luta de esperteza para prever com alguns meses de antecedência as bases da avaliação convencional, muito mais que a renda provável de um investimento durante anos, nem sequer exige que haja idiotas no público para encher a pança dos profissionais: a partida pode ser jogada entre estes mesmos. Também não é necessário que alguns continuem acreditando, ingenuamente, que a base convencional de avaliação tenha qualquer validez real a longo prazo. Trata-se, por assim dizer, de brincadeiras como o jogo do anel, a cabra-cega, as cadeiras musicais. É preciso passar o anel ao vizinho antes de o jogo acabar, agarrar o outro para ser por este substituído, encontrar uma cadeira vaga antes que a música pare. Estes passatempos podem constituir agradáveis distrações e despertar muito entusiasmo, embora todos os participantes saibam que é a cabra-cega que está dando voltas a esmo ou que, quando a música para, alguém ficará sem assento.” KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982