Cisne Negro é uma alegoria criada por Nassim Nicholas Taleb, em 2007, em sua obra A lógica do cisne negro, a fim de explicar os momentos de incerteza (também do mercado) derivados da ausência de previsão de uma circunstância rara, com uma alta capacidade de impacto na coletividade e de provocar narrativas retrospectivas. A alegoria é baseada na descoberta dos europeus, ao chegarem à Austrália, de que cisnes também podem ser negros. A alegoria do cisne negro, de Nassim Nicholas Taleb é entendida, nesse sentido, como uma crítica ambígua ao sistema de previsão econômica de larga escala e à epistemologia contemporânea. Observa-se que a alegoria do cisne negro é uma figura de retórica que abarca a área econômica tornando-a como uma especificidade da epistemologia atual. Como teórico da incerteza, Taleb enfatiza a fragilidade dos mecanismos de previsão econômica e compreende que a necessária revisão do próprio faz parte de uma reforma maior em relação ao sistema de conhecimento. Nessa perspectiva, a alegoria de Taleb acaba por isentar a responsabilidade do discurso técnico-científico da área da Economia, assim como tira dele a possibilidade de resolução de um problema que lhe é maior e que somente será resolvido se alterados os parâmetros recorrentes de análise da causalidade. Taleb direciona o assunto da crise econômica para a área da Epistemologia – em que se reconhece a posse maior do próprio filósofo da incerteza.