
“Quase todos os membros da diretoria que não faziam parte do Banco haviam tido experiências com legislações que afetavam o controle da poluição, a proteção do consumidor, a verdade na propaganda, o emprego de membros da minoria e os direitos iguais para mulheres. Em várias ocasiões essas leis eram postas em vigor contra a revoltada oposição das companhias dirigidas por estes mesmos diretores. Mas, uma vez que as leis eram cumpridas, estas mesmas companhias haviam aprendido a viver segundo novos padrões e orgulhavam-se de apregoar sua contribuição para o bem-estar público. Alguns, como Leonard Kingswood, haviam concluído que a responsabilidade de uma empresa era vantajosa para seu negócio, e advogavam essa causa.” HAILEY, Arthur. O dinheiro. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1975. p.112.
“Hoje em dia, os líderes empresariais dizem que suas companhias se preocupam com outras coisas além de lucros e prejuízos, que se sentem responsáveis pela sociedade como um todo, não apenas por seus acionistas. A responsabilidade social corporativa é sua nova doutrina, uma maneira consciente de corrigir as visões da corporação que antes eram inspiradas pela ganância. Apesar dessa mudança, a corporação em si não mudou. Ela continua, assim como era na época de suas origens em meados do século XIX, sendo uma instituição de negócios moderna, uma “pessoa” oficializada e criada para valorizar seus próprios interesses e ignorar preocupações morais. Se ela fosse um ser humano, muitas pessoas achariam sua ‘personalidade’ repugnante, até mesmo psicopata, mas curiosamente aceitamos que a instituição mais poderosa da sociedade seja assim.” BAKAN, Joel. A corporação: a busca patológica por lucro e poder. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2008. p.33.