Segundo a teoria subjetiva do valor, pessoas atribuem valor a bens e serviços de acordo com suas preferências individuais, necessidades, circunstâncias ou contextos específicos. Sendo assim, o valor de um item pode variar de pessoa para pessoa e de situação para situação. No romance Robinson Crusoé, por diversos momentos o valor de troca é relativizado pelas circunstâncias e pela necessidade do náufrago protagonista – em uma ilha quase deserta, um carregamento de ouro valeria, por exemplo, muito menos que uma caixa de carpintaria.

Diferentemente das teorias objetivas do valor, que sugerem que o valor é determinado por características físicas ou intrínsecas dos bens, ou ainda com a quantidade de trabalho necessária para produzi-los, pensar na teoria subjetiva do valor implica afirmar que preços no mercado são influenciados por interações entre compradores e vendedores, levando em consideração suas avaliações individuais dos bens.

Como uma forte oposição à teoria do valor-trabalho, o romance Robinson Crusoé, embora não seja um tratado econômico, relativiza tempo e trabalho como critérios de valor em meio à circunstância do isolamento na ilha: “Mas meu tempo ou meu trabalho tinham pouco valor, de maneira que era tão bem empregado dessa maneira como de qualquer outra”. (DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. São Paulo: Companhia das Letras; Penguin, 2001. p.77).