O termo alquimia contábil (às vezes também chamado de contabilidade criativa) pode ser interpretado como uma metáfora para descrever práticas contábeis que parecem transformar informações financeiras de uma forma misteriosa ou complexa, assim como a alquimia medieval buscava transformar substâncias em ouro. A alquimia contábil refere-se a práticas questionáveis ou criativas que algumas empresas ou governos podem adotar para manipular seus registros financeiros com o objetivo de obter vantagens fiscais, melhorar a aparência de suas finanças ou até mesmo ocultar transações suspeitas. Essas práticas podem envolver o uso de brechas nas normas contábeis, manipulação de reservas, reconhecimento inadequado de receitas ou despesas, entre outras técnicas. É importante ressaltar que a contabilidade, em sua forma mais ética e legal, é um campo que segue padrões rigorosos para garantir a transparência e a precisão das informações financeiras.

Como ilustração, no final do ano de 2012, Delfim Neto, em artigos na Folha de São Paulo e no Valor Econômico, caracterizou de alquimia a chamada Operação Quadrangular, chefiada pelo ministro Guido Mantega, na primeira gestão do governo Dilma Roussef, para alcançar a meta de superávit primário de 2012. A Operação Quadrangular envolveu transações entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Tesouro Nacional, o Fundo Soberano do Brasil e a Caixa Econômica Federal que precisaram ser autorizadas, às pressas, por meio de uma medida provisória e três decretos federais.