
No final do ano de 2012, Delfim Neto, em artigos na Folha de São Paulo e no Valor Econômico, caracterizou de incesto a chamada Operação Quadrangular, chefiada pelo ministro Guido Mantega, na primeira gestão do governo Dilma Roussef, para alcançar a meta de superávit primário de 2012. A Operação Quadrangular envolveu transações entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Tesouro Nacional, o Fundo Soberano do Brasil e a Caixa Econômica Federal que precisaram ser autorizadas, às pressas, por meio de uma medida provisória e três decretos federais. Delfim Neto enxergou a metáfora do incesto como pecado vergonhoso já praticado num passado distante da política econômica do país que mereceria ser esquecido – em que o Estado impõe movimentos que sufocam (estupram) a dinâmica econômica, gerando comportamentos anômalos nos efeitos socioeconômicos.