Em 1977, os economistas Finn Kydland e Edward Prescott, ao publicarem o artigo Rules rather than discretion, afirmaram que a política discricionária – ou seja, a margem de manobra ou poder de escolha que são concedidos a autoridades ou instituições governamentais para tomar decisões que não estão rigidamente definidas por leis ou regulamentos específicos – era, em verdade, contraproducente para a eficiência do controle econômico. Por exemplo, ainda que governos possam comprometer-se com baixos índices inflacionários, os mesmos não estimam desempregos altos e estimulam a economia para mantê-los baixos, produzindo, por efeito colateral, uma alta na inflação. Estudos como o de Kydland e Prescott estimularam discursos que colocaram cada vez mais conflitantes ações de gestores políticos e possibilidades elaboradas por especialistas da área econômica – a passagem abaixo do romance O dinheiro, de Arthur Hailey, evidencia tal pensamento. A partir de estudos como esses, a independência dos bancos centrais, com a principal função de reduzir a inflação, também passou a ser defendida por alguns especialistas da área econômica ou certos gestores políticos.

“- O governo dos Estados Unidos, assim como outros governos – declarou ele – estão sendo dirigidos por aqueles que não sabem ou não querem saber os princípios da Economia. Esta é a razão, a única razão pela qual estamos enfrentando uma espiral inflacionária, com o sistema monetário universal caindo aos pedaços. Por isso, tudo o que se refere às finanças só tende a piorar. // – Concordo com você até certo ponto – disse Stonebridge. – Da maneira como o Congresso está gastando dinheiro, qualquer pessoa pensaria que a fonte é inexaurível. Nós supostamente temos pessoas esclarecidas, na Câmara e no Senado, que supõem que, para cada dólar que entre, pode-se emitir quatro ou cinco. // Com impaciência, Big George disse: // – Isso qualquer homem de negócios sabe. Todos têm conhecimento disso há uma geração. Mas a questão atual não é saber se a economia americana entrará em colapso, mas quando.” HAILEY, Arthur. O dinheiro. Rio Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1975. p.191.